REFLEXÕES SOBRE A INFÂNCIA


Eu lembrei ontem à noite de dois gurizinhos que iam na minha Kombi escolar. Não recordo os nomes deles, mas os apelidos “carinhosos” eram Solzinho e Ratinho.

Lembrei também que eu estava na quinta série e os dois estavam na primeira. Cara, como eu zoava dos coitados. Pensando nisso, fiquei com remorso disso. Será que eles não sofreram nenhum trauma na época por causa disso?

A infância é assim: uma selva onde temos que garantir a sobrevência custe o que custar. A gente zoa e é zoado. Lembro que quando estava nas séries iniciais, apanhava e sofria terrorismo direto dos moleques da quarta e quinta série. Uma vez perdi o horário da Kombi por brincar demais. O atraso me causou um olho roxo de um dos mais velhos.

Depois a situação se inverteu. Lembro de uma vez até ter promovido um ringue de apostas para meu deleite pessoal entre dois guris mais novos. Por nada, só para minha diversão. Lembrar disso até dá uma certa angústia. Mas isso me fez uma pessoa ruim? Não, pois era uma coisa da infância.

Enfim. Eu passei por isso. Estou aqui hoje em dia. Quem garante que hoje Ratinho é um grande engenheiro e Solzinho um advogado de sucesso? E os dois guris da briga, médicos de grande talento? Assim espero, que não estejam numa sarjeta qualquer remoendo minhas sacanagens infantis da época…

Um comentário em “REFLEXÕES SOBRE A INFÂNCIA

  1. Meu! Como é que nossas mães deixavam estas coisas acontecer? heheheheheh. Pior que agora esta “zoada” ganhou um nome bonito nos últimos anos. O tal de bulling. Que só foi reconhecido como “problema social” porque estava afetando a vida adulta dos “zuados” de nossa época. Ótima reflexão, tio Nestor. Vale explorar mais o assunto.
    Abração!

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